Resiliência em negociação: confira 9 negócios que surgiram em momentos de crise

Resiliência | Clube de Negociadores

Historicamente, em momentos de crise, ideias geniais surgem na cabeça dos empreendedores. Muitas vezes sem saída para salvar o negócio, é a hora de tomar medidas extremas, exercitar a criatividade e aceitar os riscos de uma nova empreitada. Várias marcas que conhecemos hoje como referências surgiram assim. “Quando não se tem pra onde ir, normalmente são tomadas medidas drásticas. O problema, por assim dizer, é quando está tudo bem, porque as empresas perdem o interesse de mudar”, explica Marcelo Nakagawa, professor de Empreendedorismo do Insper e diretor de empreendedorismo da FIAP. Confira como momentos de crise contribuíram para o surgimento de 9 negócios:

NUTELLA

Na devastada Itália do pós-Segunda Guerra, o cacau havia sumido dos campos. Foi aí que um confeiteiro da região do Piemonte, Pietro Ferrero, resolveu criar um creme mais em conta, feito de avelã, açúcar e somente uma pitada de cacau. Com o sucesso que a receita causou logo no interior italiano, o negócio só cresceu. Primeiro, era recheio de bolo, passou para um creme até virá objeto de desejo pelos loucos por doce. No período de 2013/2014, o Grupo Ferrero, detentor da marca, registrou um faturamento consolidado crescente de 8.4 bilhões de euros.

Monopolly ou Banco Imobiliário

Os Estados Unidos viviam ainda a ressaca da quebra da bolsa de Nova York de 1929 e da recessão econômica que se seguiu. Não havia dinheiro no mercado para quem quisesse comprar imóveis, terrenos ou investir nas fábricas. Desempregado, Charles B. Darrow mostrou um jogo aos executivos da Parker Brothers, em 1934. Ele tinha a ideia de que, se não era possível investir na vida real, as pessoas gostariam de se imaginar investindo. O jogo foi rejeitado e, então, ele decidiu produzir sozinho. O tabuleiro com o nome de ”Monopoly” caiu nas graças imediatamente, fazendo com que a Parker revisse sua posição. Até hoje, é campeão de vendas no mundo. No Brasil, o jogo foi vendido pela Estrela, com o nome de ”Banco Imobiliário”.

Nescafé

A procura pelo café no início dos anos 1930 caiu consideravelmente em todo o mundo, prejudicando os produtores do Brasil, que, à época, tinha a maior produção do grão no planeta. Milhões de sacos de café estragado estavam sendo destruídos, até que a Nestlé teve a ideia, a pedido do governo brasileiro, de fazer com o produto o que já fazia com leite: transformar em pó. A intenção era torná-lo mais durável. O lançamento foi em 1938, alcançando rápido sucesso na Europa. Na época, os produtores de café torrado e moído fizeram grande pressão contra o novo produto, mas de nada adiantou. Atualmente, Nescafé é a marca é a mais valiosa da Nestlé.

Swatch

Imagine que você fabrica um produto que mundialmente tem alto valor agregado, mas, de repente, tem que concorrer agora com objetos que fazem a mesma função, mas com valor muito menor. Foi isso que aconteceu na Suíça dos anos 1970. O boom de fábricas de relógios na Ásia despencou a indústria no país europeu, que fabricava um produto como ”status” para durar gerações. Em poucos anos, o valor das exportações de relógios suíços caiu pela metade. Foi aí que Nicolas G. Hayek fez surgir, em 1983, um relógio suíço acessível, de plástico, que revolucionou o mercado. A Swatch deu uma nova linguagem de design ao produto, que “até marcava as horas”.

Fanta

Mais uma invenção que surgiu em período de crise por causa da Segunda Guerra Mundial, a Fanta tem sua origem na Alemanha nazista. Uma sanção dos Aliados havia proibido a entrada do xarope que dá origem à Coca-Cola no país. A empresa tinha duas opções: fechar a fábrica alemã ou inventar um novo produto. A saída foi usar sobras de maçãs e leite para criar um novo refrigerante: a Fanta. O sabor foi sendo alterado nos anos que se seguiram, chegando à fórmula com laranja só em 1955, na Itália. Hoje, o refrigerante está presente em 188 países, com 92 sabores diferentes. É a terceira marca da The Coca-Cola Company em volume de vendas no mundo.

AirBnB

A crise mundial de 2008 fez com que muitas pessoas e empresas parassem para repensar o consumo, levando em consideração a recessão global, as novas tecnologias e redes sociais e um novo sentido sobre “compartilhamento”. Em meio à busca de baratear serviços, Brian Chesky, Joe Gebbia e Nathan Blecharczyk criaram naquele ano o Airbnb, em São Francisco, na Califórnia. A ideia era criar um mercado comunitário para pessoas anunciarem e reservarem acomodações em seus próprios imóveis. Hoje, a startup está avaliada em US$ 25,5 bilhões. Foto: REUTERS/Christian Hartmann.

Uber

Presente atualmente em 16 cidades brasileiras, o Uber também surgiu em um momento do pós-crise de 2008, quando a economia dos Estados Unidos ainda se recuperava e muitas pessoas buscavam “bicos” para complementar a renda. O serviço, que foi criado porque os empreendedores Travis Kalanick e Garrett Camp tiveram dificuldade de pegar um táxi em Paris em uma noite de neve, inicialmente contava apenas com carros de luxo pretos. Foi quando os sócios perceberam que podiam oferecer um serviço padrão num mundo cada vez mais globalizado, mas com um preço mais acessível e numa nova lógica de se locomover nas cidades. Hoje, o Uber é avaliado em US$ 65 bilhões.

Vespa

O surgimento da Vespa – modelo de moto que se tornou símbolo da Itália – é uma história de adaptação de uma empresa que já era grande. A indústria de aviões Piaggio, que faturou durante a Segunda Guerra Mundial, não tinha mais um mercado tão promissor pela frente. Com o país em ruínas, Enrico Piaggio buscou criar um novo meio de transporte que pudesse suprir a necessidade de locomoção básica da população italiana. Também era um novo jeito de usar o maquinário que antes servia para fabricar as aeronaves. O primeiro protótipo da Vespa foi apresentado em 1945, e a marca logo se tornou um fenômeno mundial. O grupo italiano Piaggio anunciou neste ano que trará suas marcas Piaggio e Vespa ao Brasil ainda em 2016.

Localiza

A história da Localiza mostra a capacidade de um empreendedor que tem uma visão a longo prazo. Considerada atualmente a maior locadora de automóveis da América Latina, a empresa surgiu em meio à crise do petróleo. Em 1973, José Salim Mattar Junior iniciou o negócio com seis Fuscas, em Belo Horizonte, numa época em que não era aconselhado investimento em automóveis, por conta da explosão do preço dos combustíveis. A estratégia adotada foi de continuar oferecendo um bom serviço, mesmo com as adversidades. Em 1979, na segunda crise do petróleo no Oriente Médio, o empresário, ao invés de segurar o capital, expandiu a marca para Vitória. Em seguida, a empresa chegou às cidades do Nordeste, sempre optando por comprar locadoras de carros locais, pois, além de evitar dificuldades operacionais, herdava frota e cadastro de clientes. A Localiza tem ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo desde 2005 e está presente em 372 cidades de 9 países.

Fonte: Estadão – 12/09/2016

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